sábado, 25 de setembro de 2010

Para arrepiar!

O Texto abaixo é de Alexandre Carlos Aguiar do Blog Força Azurra  e é merecedor de leitura.
Bem melhor do que ficar simplesmente criticando e se aproveitando da situação, é declarar seu amor pelo Avaí:


É a parte que me cabe

Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,


E desde então, sou porque tu és
E desde então és,
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...


O poema aí acima é de Neruda. Chama-se Talvez e trata das dúvidas existenciais e do sentimento de entrega. Cai bem para as dúvidas que assolam o torcedor avaiano.

Os "historiadores" avaianos estão espalhando aí pelos seus blogs, na comunidade do Orkut, pelas ruas, esquinas, praças, locais de trabalho os relatórios das campanhas avanianas ao longo... ao longo de sua existência, digamos assim. Todo mundo tem uma história. As campanhas antigas, as campanhas recentes, o sentimento da garra, da bravura, os adjetivos, substantivos e verbos que denominam o Avaí.

Não há ninguém em Florianópolis, mesmo dentre os rivais, que não conheça o nosso hino, o quê representam aquelas frases, as que imputam ao nosso time o time da raça. E então surgem escalações apoteóticas, guerreiros magníficos, heróis épicos que já defenderam essas cores. Nunca houve dúvida do que o Avaí foi e representa no cenário do futebol catarinense. Temos a estirpe dos bravos.

Hoje, há dúvidas.

Não sabemos que destino será reservado ao Avaí Futebol Clube. E de que forma se construirá esse destino.

Se no passado sofremos as agruras do futebol, com derrotas acachapantes, campanhas ridículas, disputadas por elencos sofríveis, ainda assim o rapaz que lavava os uniformes reclamava do trabalho absurdo, uma vez que as malhas se apresentavam imprestáveis. As batalhas disputadas em campo era memoráveis. É o Avaí em campo? Isso é sinal de que teremos sangue sendo doado e suor sendo derramado. Se perderem, vão vender caro a derrota. Era assim que as pessoas viam uma partida de futebol jogada pelo Avaí.

E o que temos agora? Um bando de moleques que não honram sequer as calças que vestem, quanto mais valorizar o uniforme azul e branco que envergam.

Quero, sinceramente, que todos me digam que estopu errado. Quero, honestamente, dizer que errei na avaliação. Desejo, muito, que se dê uma virada alucinante. Que um desses jogadores (?) me dê de dedo na cara. Mas a parte que me cabe é dizer que respeitem essa história e o nosso passado de glórias. Ao menos isso.

Não vou acompanhar o jogo. Estou farto de melindragens e frescurites. Minha taxa de stress está muito alta e não tenho mais paciência pra isso.

No jogo de domingo podemos ganhar bem, como perder normalmente. Faz parte do futebol. Mas espero que na segunda-feira, se formos derrotados, alguém diga: Perdemos, mas perdemos como bravos. Perdemos, mas jogamos como avaianos. É o que me basta!

Um comentário:

  1. Grande Adriano. Não queria, nunca, jamais ter que um dia deixar de ir à Ressacada. Mas eles não nos querem por lá. Não conigo assistir a um jogo em que os jogadores não querem fazer a sua parte. Lembra do que eu disse lá na reunião? Se todo mundo pegar junto, a gente sai dessa. Mas eles, os principais envolvidos, os jogadores, não querem. O que é que eu vou fazer lá?

    ResponderExcluir